quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A volta.


Olá amigos e leitores, sei que a distância entre nós foi grande, devo admitir que imensa, mas não imaginem que deixei de pensar ou mesmo refletir sobre o cinema, não, isso nunca! Queridos, penso que nossas reflexões agora serão em torno de uma vertente muito mais Tarkovisquiana, para os amantes de Andrei Tarkovyski será um prazer e tanto.
O filme que exaltarei nesse post, peço a vocês meus amados companheiros de películas, que assistam, se assim puderem, pois tal filme me causou um enorme prazer, falo aqui de O Espelho. Filme produzido na década de 70 que fala muito da própria história do diretor, não é um filme convencional ou o tipo de narrativa que guarda início, meio e fim, na verdade são conjunções de cenas, acontecimentos que vão se justapondo. Uma característica que faz uma diferença grande é o som não ter uma ligação direta com as imagens, provocando uma sensação muito curiosa ao espectador, pois na verdade é ele quem vai definir o tempo do filme.
O próprio título do filme trás uma interpretação reflexiva, ou seja, no sentido de busca de um sentido ou de vários sentidos e também no sentido de “refletir” as vivências, ponderações e elaborações interpretativas daquele que o assiste. Só por esses elementos já é uma oportunidade e tanto para o mundo do cinema arte, então, aos amantes do Cinema Arte, assistam, vejam, ou como costuma dizer o meu Auter-ego, consumam Tarkovyski!

Besos

Modi

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Reflexões....

Estou aqui embebida em tantos ares e divagações. São as várias impressões do mundo e das nuances que formam um ser. Eu sei que o meu ser está sendo construído, sendo moldado com todos os encantos e desencantos próprios da criação.
Hoje, o que me toca é o cinema e todo o seu poder, venho fazendo minhas reflexões e gostaria de compartilhá-las contigo, tenho visto obras e mais obras, algumas de importância sacerdotal para um cinéfilo convicto, outras, nem tanto. A primeira delas que quero dividir é Stroszek, uma história preciosa por suas narrativas, pelo sonho desfeito, por quebrar a ilusão de que em terras americanas um ser é mais feliz do que em qualquer outro canto da terra. Penso que esse filme é especial pelo modo perspicaz como o diálogo é tratado, aqui abro um parêntese, cinema não é literatura e nem pode ser, cinema não é tradução simultânea de diálogos, o cinema deve ser por si só.
Deve ser respeitado em sua possibilidade de construção dialógica baseada na essência do ser humano, nas dualidades humanas, o cinema deve e pode explorar a expressão artística e menos o diálogo, não é preciso que tudo, até mesmo as tenuidades, sejam exaustivamente tratadas, a arte tem muito da sutileza do olhar, da sutileza do mundo.
Voltando a Stroszek, devo dizer por que é um filme de importância enorme, é uma narrativa linear e ao passo que seu enredo vai ascendendo jamais podemos imaginar que ele será tão caótico, que o seu fim será tão desastroso. Vale enaltecer o tempo do filme, tipicamente europeu, um filme lento, com especial destaque para a última parte, quando um som de disparo de uma arma ecoa por todo o cenário e temos a fala de um policial pedindo reforços por ter um louco com uma arma em uma roda-gigante.
A meu ver, essa fala do policial é anterior ao disparo, pois quando o personagem aperta o gatilho é com a intenção de dar cabo de sua vida, sanar os seus sofrimentos e seus fracassos.
Imprescindível é essa obra e não apenas essa, volto-me agora para questões muito mais próprias de nossa realidade social, com o Terra Vermelha, tem traços de cinema denúncia, mas não se configura como tal pela leveza como trata um tema de tamanha complexidade, gosto particularmente dessa obra por que os personagens não se tornaram caricatos ou estereótipos, mas são tratados como vítimas da situação. São dois lados que se confrontam, o índio e o homem branco.
Sua beleza está na escolha da narrativa, transparece ao espectador que o índio não tem a mesma lógica de discurso que o branco, que ele não utiliza os mesmos modos de expressão que um branco, na verdade é um modo tão mais visceral que outra coisa. Uma cena que deixa isso bem colocado é, ao final, onde o latifundiário explica ao índio porque aquela terra é tão importante para ele, pois três gerações de uma mesma família se afirmaram e tiraram seu sustento em cima daquelas terras, após essa explicação o índio, em resposta, pega um punhado de terra e come, não há nada mais poético em todo o filme que essa cena.
A poesia está no fato de o índio não ter palavras que expressem a sua necessidade da terra. A necessidade da comunidade indígena é ligada diretamente a sobrevivência e a ação do índio comendo um punhado de terra é tal como dizer que a terra é o próprio alimento.
E não só essa nuance torna o filme emblemático, mas a própria aculturação indígena, a absorção dos valores brancos, o quanto um tênis de marca ou um shopping passam a ter valor para um indígena enquanto a comunidade trabalha pelo alimento, o filme trata também desse fator que acomete as comunidades indígenas. Inclusive esse aspecto tem um forte impacto sobre a trama.


Ps: Estive muito sumida, eu sei, devo me desculpar com meus leitores, foi a pura falta de tempo.

Besos!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Terra Vermelha

Queridos,

Estou bem sumida esses dias, é verdade. Hoje farei uma indicação de filme, assistam Terra Vermelha, farei um comentário a posteriori nesse espaço de discussão, por agora vou deixar o Trailer do filme no link abaixo para vocês se deliciarem...

Suerte

http://www.youtube.com/watch?v=4uz6WBQLr40&hl=pt-BR

domingo, 26 de abril de 2009

Mesmos filmes, outros olhares

Ontem assisti o Quase Dois Irmãos, da diretora Lúcia Murat, e quero compartilhar com vocês a minha sensação ao ver o filme. A temática abordada está em voga nas produções brasileiras, trata da dicotomia entre negros e brancos, pobres e ricos e mostra a realidade da favela (Morro do Macaco), no Rio de Janeiro. Sei que essa temática foi e está sendo muito abordada pelo cinema brasileiro, mas considero esse filme em especial, pois ele se utiliza da sutileza dos diálogos entre os principais personagens para narrar a trama, ainda assim existe muita violência, como não poderia ser diferente.
O filme faz exploração do cinema marginal, mostrando o dia-a-dia de uma cadeia e o comportamento de seus presos. Contudo, até mesmo dentro dessa cadeia há a dualidade de presos comuns e presos políticos. O filme narra a história de dois meninos que cresceram juntos, mas sempre se encontram de lados opostos em sua vida adulta, são eles Jorge e Miguel. O primeiro filho de um sambista, morador do Morro do Macaco e o outro filho de um Jornalista branco. A vida dos dois se aproxima, depois de muitos anos, na cadeia, quando passam a conviver juntos, Miguel preso pela ditadura militar e Jorge por assalto e estelionato.
Segue assim a trama, mostrando a convivência dessas duas correntes dentro da cadeia e relembrando suas desventuras do passado.
O filme vale a pena não pela temática, nada criativo, mas pela forma inteligente de contar o que sabemos bem, pelo modo inovador de falar do mal que nos incomoda tanto e é utilizado como fórmula mágica no cinema, penso que até isso seja uma crítica velada aos modelos cinematográficos brasileiros, a velha fórmula hollywoodiana com a temática típica do Brasil.

Abraços!

sábado, 25 de abril de 2009

Ingmar Bergman



Olá queridos!

Ingmar Bergman, um nome muito significativo para o cinema mundial, diretor Suéco que fez produções de raro valor. Bergman ficou conhecido por tratar de temas como a morte, o amor, o universo feminino, Deus e a vida. Influenciado pelo naturalismo e romantismo do cinema Francês dos anos 30, foi responsável pela recuperação do prestígio do Cinema Suéco.
Um de seus filmes que ganhou fama internacional foi O Sétimo Selo, aborda o trinômio, peste, guerra e fome.
Ao fim das cruzadas um cavaleiro volta a seu lar e se depara com um grande desafio, a morte que o espreita, ele decide enfrenta-la e pede mais algum tempo de vida. A morte, claro, não cede ao pedido de sua vítima, afirma que o levará ao seu destino, então, o cavaleiro convence a algoz a ceder a um último apelo, uma partida de xadrez. O desafio tem início e entorno dele o filme se desenrola.
Décimo filme da carreira do diretor e um dos poucos filmes não realistas de Bergman. O cenário é bem rústico e em certa medida simples, a maquiagem dos personagens é impressionante e o que me chamou a atenção é que em muitos momentos podemos notar a presença de machucados ou dentes podres nos personagens, dando um tom mais realista ao filme.
Mesmo em meio ao caos, Bergman, consegue trabalhar com senso de humor, uma das cenas que mais me marcou foi o momento em que a morte serra uma árvore para arrebanhar mais uma alma.
Bem amigos, minha sugestão ao final deste post é que assistam o filme, é de grande sutileza e muito perspicaz com sua temática não menos densa!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

As divas do hoje

Caríssimos, aqui estou novamente, hoje venho com uma crônica, uma reflexão, pensemos qual o papel da Mulher nessa sociedade, no momento histórico que vivemos, pensemos como isso poderá refletir em gerações futuras. Essa crônica é uma provocação, sinta-se provocado...

As divas do hoje

Pele macia, cabelos expressivos, perfume de pitanga e um olhar profundo e pleno. Que mulher não gostaria de se sentir tão bela quanto essa que acabo de descrever?! Mulheres são as musas mais desejadas por artistas de toda natureza, mulheres são divas e o são por sua linearidade, por terem um corpo harmonioso e a um só tempo tão sensual.

A arte retrata o belo, representa o que de melhor nossos olhos podem captar, traz a leveza que o espírito anseia, remete o nosso consciente aos sentimentos mais oníricos.

E o que é a arte de nosso tempo?! O que é a arte do povo?! Aquela que está em tudo, que chega prontinha pela televisão?! Pensando ainda a mulher como musa inspiradora da arte, volto-me o olhar para as revistas que circulam constantemente em qualquer roda social. Revistas voltadas para o público masculino que trazem em seu editorial mulheres nuas em poses dantescas provando aos ventos sua sensualidade.

Eis que me reporto ao passado, imaginando que já fomos elocrubadas por Amadeo Modigliani, Rodin e outros grandes e agora vemo-nos estampadas como carne em um açougue. E o que de pior há, é o discurso de nossas “New musas”, que vendem imagens a troco de moedas, quantas vezes já nos deparamos com a fala: “ Fiz pelo dinheiro...”?

Curioso pensar que em meio aos anos 80 o discurso era bem outro, as musas sempre foram as ex-modelos, quase atrizes, isso é bem verdade, mas a justificativa era ainda mais tímida. Diziam elas que era uma forma de alavancar a carreira, ou mesmo pela beleza das fotos que tinham um tom sensual.

Bem, que há sensualidade e beleza nas fotos isso é inegável, mas quero aqui pensar o objetivo desse trabalho. “New musas” estampadas em borracharias e boléias de caminhões

Isso é tão natural que nem se percebe a agressão cometida. Estamos aí vendendo a imagem da mulher do agora e se multiplicam as “periguetes”, “mulheres cachorras” e tantas outras frutas, ou melhor, mulheres-frutas que despertam o paladar.

Por acaso sobrou alguma pista da mulher retratada por Rodin ou Leonardo da Vinci?! Nem sombra! Será que algum dia, em um futuro bem distante, visitaremos um museu rodeado de Playboys?! Se a resposta for afirmativa, rogo aos céus para não estar aqui para ter de ver!

Vamos, mulheres, vamos procurar um caminho mais autentico, nem que para isso nos reportemos ao passado, nem que para isso não deixemos de entoar as velhas canções. Vamos em busca de nossa dignidade, a dignidade das divas!

terça-feira, 21 de abril de 2009

O Estorvo e outros

Bem, esse final de semana assisti o Estorvo de Ruy Guerra e posso dizer que o filme cumpre sua proposta, tanto estética, quanto do próprio enredo. Um filme hermético, complicado e, a meu ver, intenso. Não atende ao meu gosto estético, apesar de trazer uma reflexão interessante. Faz referência ao cinema marginal. Eu ainda fico com o outro filme dele Veneno da Madrugada, com a mesma proposta estética, entretanto, o roteiro está mais bem amarado. E claro, é inspirado na obra do Gabo - Gabriel García Márques, então, para mim, só por isso, já teria sérios riscos de ser um bom filme..rs

Mas não assisti só esses, vi também a "trilogia" dos curtas de um amigo, e achei de uma sensibilidade fenomenal, adorei, fiquei um tanto reflexiva depois que vi os curtas, são eles: O homem que compreendeu, Póstumo e O Palhaço.

Quero falar mais sobre a impressão que tive ao ver esses curtas aí, inclusive vai ter um Post exclusivo para eles, mas preciso vê-los mais uma vez...

Minha estréia nesse universo


Aqui estou escrevendo para o espaço vazio, ou nem tanto, dos blogger's. Queridos, é uma honra, sem dúvida, aqui vou expressar alguns de meus sentimentos, ou melhor, dos sentimentos do meu "eu- lírico" Modi. O blogger é para os curiosos de modo geral e ainda para quem gosta de cinema e por algum sentimento de caridade, rs, deseja acompanhar uma infanta em suas descobertas. Vamos amigos! Vamos ao universo paralelo de OS CURTAS QUE NÃO FIZ!!!!


Para começar uma imagem do Homem com a Câmera de Dziga Vertov, integrante do movimento Realista Russo, um cara e tanto para o cinema.