quinta-feira, 23 de abril de 2009

As divas do hoje

Caríssimos, aqui estou novamente, hoje venho com uma crônica, uma reflexão, pensemos qual o papel da Mulher nessa sociedade, no momento histórico que vivemos, pensemos como isso poderá refletir em gerações futuras. Essa crônica é uma provocação, sinta-se provocado...

As divas do hoje

Pele macia, cabelos expressivos, perfume de pitanga e um olhar profundo e pleno. Que mulher não gostaria de se sentir tão bela quanto essa que acabo de descrever?! Mulheres são as musas mais desejadas por artistas de toda natureza, mulheres são divas e o são por sua linearidade, por terem um corpo harmonioso e a um só tempo tão sensual.

A arte retrata o belo, representa o que de melhor nossos olhos podem captar, traz a leveza que o espírito anseia, remete o nosso consciente aos sentimentos mais oníricos.

E o que é a arte de nosso tempo?! O que é a arte do povo?! Aquela que está em tudo, que chega prontinha pela televisão?! Pensando ainda a mulher como musa inspiradora da arte, volto-me o olhar para as revistas que circulam constantemente em qualquer roda social. Revistas voltadas para o público masculino que trazem em seu editorial mulheres nuas em poses dantescas provando aos ventos sua sensualidade.

Eis que me reporto ao passado, imaginando que já fomos elocrubadas por Amadeo Modigliani, Rodin e outros grandes e agora vemo-nos estampadas como carne em um açougue. E o que de pior há, é o discurso de nossas “New musas”, que vendem imagens a troco de moedas, quantas vezes já nos deparamos com a fala: “ Fiz pelo dinheiro...”?

Curioso pensar que em meio aos anos 80 o discurso era bem outro, as musas sempre foram as ex-modelos, quase atrizes, isso é bem verdade, mas a justificativa era ainda mais tímida. Diziam elas que era uma forma de alavancar a carreira, ou mesmo pela beleza das fotos que tinham um tom sensual.

Bem, que há sensualidade e beleza nas fotos isso é inegável, mas quero aqui pensar o objetivo desse trabalho. “New musas” estampadas em borracharias e boléias de caminhões

Isso é tão natural que nem se percebe a agressão cometida. Estamos aí vendendo a imagem da mulher do agora e se multiplicam as “periguetes”, “mulheres cachorras” e tantas outras frutas, ou melhor, mulheres-frutas que despertam o paladar.

Por acaso sobrou alguma pista da mulher retratada por Rodin ou Leonardo da Vinci?! Nem sombra! Será que algum dia, em um futuro bem distante, visitaremos um museu rodeado de Playboys?! Se a resposta for afirmativa, rogo aos céus para não estar aqui para ter de ver!

Vamos, mulheres, vamos procurar um caminho mais autentico, nem que para isso nos reportemos ao passado, nem que para isso não deixemos de entoar as velhas canções. Vamos em busca de nossa dignidade, a dignidade das divas!

2 comentários:

  1. Em pensar que li este texto em primeira mão...
    Que convite à feminilidade, em sentidos muito além dos meramente estéticos, por supuesto!
    Te admiro, minha diva.

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  2. Que há esta absurda exposição da imagem feminina, isso há. No entanto não sei se podemos comrpar isto com as representações que grandes artistas ja fizeram. No tempo de Da vinci, Amadeo Modigliani e Rodin, também se tinha as imagens pornográficas. Assim como hj, apezar dos calendários em borracharias também temos grandes artistas com explêndidas representações do feminino. Penso que são campos de representação distintos, e ai entramos em um outro debate, o do popular x elitista, mídia x arte, pornografia x nu artístico, que não caberia neste post.
    Isto não invalida que estejamos sempre atentos como vc fez aqui no blog, a como a sociedade tem aceito cada vez mais alguns tipos de representação social. Cada vez ficamos mais condescendentes socialmente. Neste aspecto seu post aqui no blog, mostra que ainda há pessoas que estão aalertas para certas falhas do discurso de representação social a que estamos sendo levados.
    Parabéns pelo blog.
    Abraço,
    Verve

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